Fernando Pessoa

O amor, quando se revela

O amor, quando se revela, Não se sabe revelar. Sabe bem olhar p'ra ela, Mas não lhe sabe falar. Quem quer dizer o que sente Não sabe o que há de dizer. Fala: parece que mente... Cala: parece esquecer... Ah, mas se ela adivinhasse, Se pudesse ouvir o olhar, E se um olhar lhe bastasse P'ra saber que a estão a amar! Mas quem sente muito, cala; Quem quer dizer quanto sente Fica sem alma nem fala, Fica só, inteiramente! Mas se isto puder contar-lhe O que não lhe ouso contar, Já não terei que falar-lhe Porque lhe estou a falar... (Fernando Pessoa)

O amor, quando se revela

O Homem é do tamanho dos seus sonhos

"O Homem é do tamanho dos seus sonhos" (Fernando Pessoa)

O Homem é do tamanho dos seus sonhos

Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido. (Fernando Pessoa)

Às vezes ouço passar o vento

Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é...

Escrever é esquecer

Para viajar basta existir

Para viajar basta existir. (Fernando Pessoa)

Para viajar basta existir

Amo como ama o amor

Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo? (Fernando Pessoa)

Amo como ama o amor

1

Sobre o Autor

Escritor, poeta e filósofo português, além de jornalista, crítico literário, editor, publicitário e até inventor. Ele também arranjava tempo para exercer o ativismo político, estamos falando de Fernando António Nogueira Pessoa ou para nós íntimos, apenas Fernando Pessoa, é considerado, ao lado de Luís de Camões, o maior poeta da língua portuguesa e um dos maiores da literatura universal, porém só ganhou reconhecimento após sua morte em 30 de novembro de 1935. O crítico literário Harold Bloom afirmou que a obra de Fernando Pessoa é o legado da língua portuguesa ao mundo.
Fernando Pessoa nasceu em Lisboa, em junho de 1888, e morreu em novembro de 1935, na mesma cidade, aos 47 anos, em consequência de uma cirrose hepática. Sua última frase foi escrita na cama do hospital, em inglês, com a data de 29 de Novembro de 1935: ‘I know not what tomorrow will bring’ (Não sei o que o amanhã trará).
Além de poeta, Pessoa trabalhou como tradutor e curiosidade interessante sobre esse artista é que seu primeiro poema foi escrito aos seis anos, dedicado a sua mãe, intitulado “À Minha Querida Mamãe”. Não é um marco da literatura portuguesa, mas já mostra que a inclinação às palavras surgiu cedo na vida do escritor.